sexta-feira, abril 14, 2006

Pequeno Release Que Virou Ensaio

O Mahalab foi criado despretensiosamente em 10 de setembro de 2005. Neste dia, Maurício Verderame convidou Pedro Moreno (que conhecera no dia anterior, numa sessão de improvisação livre) para que tocasse junto com sua banda (ele e Jamila Maia) numa apresentação em um sarau. Pedro tocou sem conhecer nenhuma das músicas; mas o entrosamento entre os três foi forte e imediato. Dali, o Mahalab continuou, e continua, ainda despretensioso - mas cheio de intenções. No Mahalab, os músicos buscam sempre trazer às notas a idéia de liberdade.

Mahalab é um trio em fluxo intenso. Maurício doa à banda sua inesgotável capacidade de renascer; Jamila doa sua profundidade infinita poética; e Pedro doa sua dança, sua habilidade de arquitetar a música ao momento. Em (outras) palavras, Maurício seria o substantivo, Jamila o adjetivo, Pedro o advérbio e Mahalab seria o verbo.




Jamila Maia
"No quesito formação, minha maior influência é Estevão Maya-Maya, meu pai. Ele foi quem me ensinou a cantar, e ele me fez atentar para as diversas funções que a música pode ter; o prazer estético, a cura, a transformação social. Além dele, admiro pessoas cujas vozes são inconfundíveis e de palavras tranformadoras, como Björk, Nana Caymmi, Seal, Des'ree, RadioHead e Milton Nascimento.
Dentro do Mahalab, minha função é trazer para o mundo das palavras o que todas as vozes já disseram, com a intenção e a intensidade que me pedem."



Maurício Verderame
"Eu gosto de som estranho, que me desafia. Sempre ouvi muita música, desde pequeno; aos 6 anos de idade ganhei um disco do Secos e Molhados que foi uma das maiores influências da minha vida. Eu gosto de artistas que diferenciaram seu trabalho; que encontraram a própria voz - e este é o papel que me vejo ter como músico: encontrar minha própria voz; por isso, nunca atentei para o papel tradicional do baixo.
O Mahalab é o som mais verdadeiro que já toquei, porque é onde posso me expressar sem medo."



Pedro Moreno
"Existem no mundo apenas dois tipos de pessoa, e eu sou do outro. O Mahalab tem sido, como nada antes que eu fiz, uma escola tremenda sobre como tocar bateria. Claro que o 'como' aí é o meu 'como': no Mahalab estou me descobrindo muito. Aqui eu estou aprendendo que toco dançando como a menina que existe dentro de uma mulher apaixonada pela vida; e que, para efetuar isso, preciso me abandonar, me despreocupar comigo mesmo. Mahalab me dá sempre chão para que eu não me subestime; mas eu felizmente sempre me surpreendo com o que a banda me permite fazer: o necessário."

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